Caminhar para fotografar: os percursos necessários

Foto: Eduardo Seidl

O método da produção fotográfica parte da ativação e da sensibilização do olhar a partir do uso de artefatos fotográficos “rudimentares” e “sofisticados” com o ato de caminhar, individual ou em grupo, por nichos de um certo lugar sobre o qual se quer produzir registros e/ou novos olhares para a construção de narrativas imagéticas, fotográficas coletivas.

Nosso primeiro percurso fotográfico realizado na manhã de 31 de janeiro, num sol escaldante desde às 08h, foi pela Orla do Guaíba no Bairro Cristal. Um caminhar com cada um portando sua câmera profissional digital e também levando a pinhole de lata. O trajeto partir do Quilombo do Sopapo percorrendo a Avenida Capivari na direção do Pontal do Estaleiro.

Foto: Eduardo Seidl

Chegando na Orla fomos para o lado do trapiche onde ancora o Catamarã que faz a travessia Porto Alegre – Guaíba. Momentos de muita observação, perguntas sobre o uso das câmeras digitais, e descobertas sobre o quanto ainda, mesmo poluído, o Guaíba é usado par banhos e também para a pesca.

Após a passagem no trapiche fomos na direção do Museu Iberê Camargo e paramos no espaço que está sendo utilizado como lazer e local de vendas para as unidades que serão construídas no edifício na área do antigo Estaleiro Só.

Foto: Leandro Anton

O percurso fotográfico promove o encontro e possibilita o diálogo com o território, com o lugar, com a paisagem, o espaço social. Ele dá concretude à prática socioespacial, o enlace para a construção destas narrativas. Constitui-se em potente ação para gerar processo, e através do corpo, apropriar-se do espaço para instigar a reflexão e a construção de vínculos de territorialidade.

No caminhar para fotografar estão os momentos de convergência de todos os saberes que estavam sendo acessados nos encontros em roda no Quilombo do Sopapo.