Olhe ao redor. O que você vê?

A iniciativa fotográfica é isso.

Ver algo acontecer, ou prever antes que se materialize, e ter o instinto de fotografar.

Assim se aguça o olhar, cria-se o comportamento fotográfico, aquela sensação de olhar algo que nos atrai não pelo fato de olhar, mas de registrar para mostrar. Pela memória coletiva. (Imagens Faladas – uma reportagem sobre a memória do bairro Cristal, 2010. p. 17)

Foto: Cristiano da Rosa – O Coletivo com seus pinholoscópios

A Sensibilização do olhar pela observação e pelo silêncio. Ao redor de uma mesa papéis para serem dobrados para construir o primeiro artefato para a produção de imagens.

Fotos: Cristiano da Rosa – confecção dos pinholoscópios

O pinholoscópio recebeu esse nome por mesclar uma câmera pinhole e uma “luneta” feita de papel. É um artefato para possibilitar a visualização da projeção fotográfica como ela acontece em uma câmera. Elaborado pelos participantes com papel cartão, vegetal e alumínio, cola, régua e noções de medida baseadas nos dedos e nas mãos dos participantes. São construídos dois prismas quadrangulares com papel cartão, a face preta fica para o lado de dentro dos prismas. Eles são confeccionados com uma pequena diferença de tamanho para permitir que um entre dentro do outro. O prisma menor tem uma de suas extremidades cobertas com papel vegetal, que vai atuar como uma tela de projeção da imagem, e o maior tem uma das extremidades vedada com papel-alumínio. O papel alumínio é perfurado com uma agulha. O pequeno orifício permite a entrada da luz para a formação da imagem no papel vegetal. Na extremidade livre de cobertura os jovens podem ver a imagem que se forma. (Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo, 2017).